A Grécia, terra das primeiras Olimpíadas, que ocorriam na cidade de Olímpia desde o século 8° a.C., recebeu também os primeiros Jogos da Era moderna, em 1896. Depois de 1.500 anos sem a realização dos eventos de Olímpia, o renascimento dos Jogos começou a se tornar realidade em junho de 1894, na Universidade de Sorbonne, na França.
O sonho de Pierre de Fred, o Barão de Coubertin, de reviver a Olimpíada agradou aos representantes de um congresso de educação e pedagogia, realizado no dia 23 de junho de 1894. Alguns gregos que estiveram presentes disseram ao Barão que seu país estaria disposto a ser a sede da primeira Olimpíada moderna.
Para unificar as diferentes disciplinas esportivas e promover a realização dos Jogos Olímpicos entre atletas amadores a cada quatro anos, ampliando para o mundo o que já havia ocorrido na Grécia ,Coubertin criou o Comitê Olímpico Internacional.
1900 Paris
Após a realização da primeira Olimpíada, em Atenas-1896, o Barão de Coubertin pôs em prática a idéia de realizar os Jogos a cada quatro anos. Como presidente do Comitê Olímpico Internacional, o francês escolheu Paris para sediar a competição. O rei George 1º, da Grécia, tentou, no início, que Atenas se tornasse sede do evento novamente em 1900, mas depois acabou desistindo da idéia.
Diferentemente dos primeiros Jogos, quando a população de Atenas participou com entusiasmo de todos os eventos, as Olimpíadas de 1900 passaram despercebidas para os parisienses, principalmente por causa da falta de informação e organização. Além disso, os Jogos concorreram como coadjuvante diante de outro evento: Paris se preparava para organizar uma grande Feira Mundial (atual Expo), tendo a Torre Eiffel como porta de entrada da exposição industrial e tecnológica.
O acúmulo de eventos fez com que os Jogos Olímpicos acabassem sendo disputados em longos cinco meses. Para piorar e aumentar o desinteresse do público, o programa era muito confuso. O tiro, por exemplo, teve provas realizadas simultaneamente na Ilha de Seguin (a oeste de Paris), no polígono de Tiro de Vincennes e no campo de Tiro de Satory, perto de Versailles.
A Olimpíada de Saint Louis, nos Estados Unidos entrou para a história como a pior de todos os tempos. A péssima organização do evento e o baixo desempenho dos atletas fizeram dos Jogos um espetáculo deprimente, beirando o ridículo.
Desde a escolha da cidade sede até o encerramento, os Estados Unidos decepcionaram. Contrariando o Barão de Coubertin, presidente do Comitê Olímpico Internacional, o presidente dos Estados Unidos - Theodore Roosevelt - impôs a cidade de Saint Louis, ignorando Chicago, que apresentava melhores condições para abrigar os Jogos.
Roosevelt escolheu a pequena cidade do Estado de Missouri por causa da Feira Mundial de 1904. Como nos Jogos de Paris, quatro anos antes, os Jogos Olímpicos ficaram em segundo plano.
1908 Londres
A Grã-Bretanha decidiu organizar os Jogos Olímpicos de 1908 apoiada na família real e na experiência que possuía pelos já 30 anos do Torneio de tênis de Wimbledon, um dos mais tradicionais da história.
A organização fazia inveja até para competições disputadas no século XXI. Para cada modalidade das Olimpíadas londrinas, chegaram a ser impressos e distribuídos manuais com regras em inglês, francês e alemão.
Tudo isto feito às pressas. Já que até 1906, a Itália ficaria com a sede. Naquele ano, a região de Nápoles foi castigada com a erupção do vulcão Vesúvio, e o governo italiano precisaram utilizar os fundos reservados para os Jogos na reconstrução da cidade. Os ingleses deixaram Londres pronta para receber a Olimpíada em apenas dois anos.
Em 10 meses, foi construído o estádio Sheperd's Bush (conhecido também como White City), com capacidade para 70 mil espectadores. O complexo incluía também um velódromo de 660 metros, uma pista atlética de um terço de milha (536 metros) e uma piscina com comprimento de 100 metros.
1912 Estocolmo
Estocolmo foi escolhida como sede dos Jogos Olímpicos de 1912 no congresso do Comitê Olímpico Internacional, em Berlim, no dia 18 de maio de 1909. Única candidata à sede, a cidade sueca correspondeu às expectativas, promoveu uma competição organizada e realizou a mais brilhante edição até então.
Sem nenhuma exposição comercial paralela ao evento, como em Paris-1900, Saint Louis-1904 e Londres-1908, a Olimpíada foi disputada em menos de três meses e teve um alto nível de competitividade. Com a participação de 2407 atletas de 28 países (recorde até então), os Jogos de Estocolmo-1912 tiveram 14 esportes no programa - a edição anterior contou com 22 esportes, em sua maioria já extinta.
Para abrigar as principais provas do atletismo, os suecos construíram um estádio Olímpico que mais lembrava uma fortaleza medieval, com seus tijolos de cor cinza-vulcânica. Com capacidade para 32 mil espectadores, o estádio foi planejado pelo arquiteto Torben Grut.
A boa impressão deixada por Estocolmo é vista por alguns especialistas como a grande responsável por manter aceso o movimento olímpico mesmo após a Primeira Guerra Mundial. Destruída, a Antuérpia foi o palco de 1920 sonhando em poder repetir os feitos dos Jogos suecos.
1920 Antuérpia
Dois anos após o fim da Primeira Guerra Mundial, a Bélgica foi o local escolhido pelo Comitê Olímpico Internacional para sediar a sexta Olimpíadas da história. Em um cenário de destruição, a Antuérpia teve que se virar como pôde para abrigar o evento.
O mais importante para as nações participantes era ter de volta os Jogos Olímpicos, cancelados em 1916 por conta do conflito. Ao indicar Berlim como sede das Olimpíadas 1916, o Barão de Coubertin, então presidente do COI, ainda esperava contribuir para a paz na Europa e, assim, evitar o conflito.
A iniciativa, porém, não deu resultado. Quando se iniciaram as hostilidades, Coubertin fez pressão sobre os outros membros do comitê para mudar a sede dos Jogos para os Estados Unidos ou para a Escandinávia, regiões ainda não envolvidas no conflito. O COI recusou a proposta e, em 1915, quando se tornou evidente que a Alemanha não teria condições de abrigar os Jogos, a entidade anunciou o cancelamento das Olimpíadas.
Paris precisou de todo o empenho do Barão de Coubertin para ser escolhida sede dos Jogos Olímpicos. O fracasso da edição de 1900 ainda estava presente na lembrança dos membros do Comitê Olímpico Internacional (COI), fato que os inclinava a escolher entre Amsterdã e Los Angeles. Porém, a promessa de que as duas cidades seriam as escolhidas para os Jogos seguintes acabou pesando a favor dos parisienses. Os organizadores franceses, no entanto, atrasaram no cumprimento dos prazos, fazendo com que o próprio Coubertin ameaçasse levar o evento para Lyon.
Depois disso, Paris acordou e deu início às obras para poder apagar a péssima imagem deixada em 1900. A cidade ofereceu aos mais de três mil atletas instalações funcionais da primeira Vila Olímpica e um estádio de 60 mil lugares, em Colombes, além da primeira verdadeira piscina olímpica, construída em Tourelles, no Porte dês Lilás. A piscina tinha 50 m de comprimento, plataformas de largada e linhas de cortiça dividindo as raias.
Outra novidade nos Jogos foi o hasteamento durante a cerimônia de abertura de três bandeiras - do COI, da cidade-sede e da cidade designada para organizar os Jogos seguintes.
Nos Jogos de Paris, o número de países participantes chegou a 44, recorde até então. Mesmo assim, a política outra vez interferiu no esporte, e o COI não convidou a Alemanha para participar dos Jogos.
Após ser preterida duas vezes pelo COI (Comitê Olímpico Internacional) como sede da Olimpíada, a cidade de Amsterdã, na Holanda, organizou os Jogos Olímpicos de 1928 mesmo com o veto da rainha holandesa, Guilhermina, que considerava o evento esportivo uma manifestação pagã.
Um Estádio Olímpico foi construído especialmente para a Olimpíada. Com capacidade para 40 mil espectadores, a construção tinha uma pista atlética de 400 metros, rodeada de um velódromo de 500 metros.
Pela primeira vez na história, uma edição da Olimpíada foi realizada sem a presença do Barão de Coubertin. Criador dos Jogos Olímpicos modernos e então presidente do COI, o Barão afastou-se do cargo em 1925, acreditando que sua missão estava cumprida. Coubertin também estava desiludido com a crescente profissionalização do esporte, que desvirtuava o ideal olímpico pregado pelo francês, e se refugiou na Suíça.
No aspecto esportivo, os Jogos registraram o retorno dos países que não vinham sendo convidados desde 1920 por causa da Primeira Guerra Mundial (Alemanha, Áustria, Hungria, Turquia e Bulgária).
Los Angeles
A crise da bolsa de 29 fez o mundo duvidar do poderio econômico dos EUA e a economia norte-americana só começaria a se recuperar em 1933, com o New Deal do presidente Roosevelt. No esporte, porém, a resposta veio já em 1932, com os Jogos Olímpicos de Los Angeles.
Apesar do crash da bolsa de valores de Nova York em 1929, não faltou dinheiro para organizar os Jogos. Graças ao patrocínio de US$ 1,5 milhão da prefeitura de Los Angeles e o apoio da iniciativa privada, várias instalações foram construídas ou reformadas. O estádio olímpico, por exemplo, teve a capacidade ampliada de 70 mil para 100 mil lugares. Construiu-se, também, um estádio hípico e o campo de futebol americano da Universidade de Pasadena foi transformado em velódromo para 85 mil espectadores.
Berlim
Berlin foi eleita para receber os Jogos Olímpicos de 1936 cinco anos antes, quando o nazismo ainda não tinha chegado ao poder na Alemanha. Com a ascensão do 3º Reich, porém, o Comitê Olímpico Internacional (COI) tentou tirar os Jogos dos alemães, sem sucesso. Os norte-americanos, inclusive, programaram os Jogos Alternativos em Barcelona, cancelados devido à Guerra Civil Espanhola.
Os nazistas não pouparam esforços para fazer das Olimpíadas propaganda do regime. Os melhores engenheiros do Reich projetaram o estádio Olímpico, que custou US$ 30 milhões. Todas as grandes indústrias alemãs colaboraram, visando fazer dos Jogos um momento histórico para a glória de Adolf Hitler
Verão de 1940
1940 Jogos Olímpicos de Verão, oficialmente conhecidos como os Jogos da Olimpíada XII e originalmente programados para ser realizada a partir de 21 setembro - 6 outubro de 1940, em Tóquio , no Japão, foram cancelados devido ao surto da Segunda Guerra Mundial. Tóquio foi destituído de seu status de anfitrião para os Jogos pelo COI após a renúncia pelos japoneses do Cairo do COI Conferência de 1938, devido à eclosão da Segunda Guerra Sino-Japonesa. O governo do Japão havia abandonado seu apoio aos Jogos de 1940, em julho de 1938. O COI então concedidos os Jogos de Helsinque, na Finlândia, o vice-campeão no processo de licitação original. Os Jogos foram, então, programado para ser encenado a partir de 20 julho - 4 agosto de 1940. Os Jogos Olímpicos foram suspensos por tempo indeterminado após a eclosão da Segunda Guerra Mundial e não recomeçar até a Londres Jogos de 1948
.
Verão – 1944
Pela terceira vez na história das Olimpíadas Modernas uma edição dos Jogos Olímpicos não foi realizada. A Segunda Guerra Mundial provocou o cancelamento da segunda Olimpíada consecutiva (1940 e 1944).
Londres 1948
As Olimpíadas de Londres, em 1948, foram a resposta do Movimento Olímpico para a Segunda Guerra Mundial, que foi de 1939 a 1945. Após um intervalo de 12 anos, um conflito mundial que deixou um saldo de 20 milhões de mortos e sem o Barão de Coubertin, que morreu em 1937, os Jogos Olímpicos só renasceu graças ao entusiasmo de alguns membros do COI (Comitê Olímpico Internacional).
Após a morte Coubertin, em 1937, e do seu sucessor, o belga Henri Baillet-Latour - que faleceu ao ser comunicado da morte em combate de seu filho -, o Movimento Olímpico estava fraco. Tanto que o presidente interino do COI, o sueco Sigfrid Edstroem, convocou o comitê executivo e só compareceram à reunião o norte-americano Avery Brundage e o britânico Lord Aberdale.
Com a Guerra, as edições dos Jogos marcadas para Tóquio e Londres foram canceladas. Em 1948, Tóquio ainda não tinha condições de organizar os Jogos e deixou a disputa. Londres herdou o direito de organizar os Jogos após vencer, em fevereiro de 1946, em votação pelo correio, a suíça Lausanne e quatro cidades norte-americanas: Baltimore, Los Angeles, Minneapolis e Filadélfia.
Helsinque 1952
A cidade de Helsinque, na Finlândia, tinha apenas 367 mil habitantes em 1952, quando recebeu os Jogos Olímpicos. Nunca uma cidade tão pequena abrigou o evento. Exemplo da grandiosidade olímpica em relação às pequenas proporções da capital finlandesa é o estádio Olímpico: com 70 mil lugares, o local poderia acolher um quinto dos habitantes da cidade sede.
Os Jogos "intimistas" marcaram o primeiro confronto entre as duas grandes potências mundiais esportivas, que dominariam o movimento olímpico desde então. Pela primeira vez desde a Revolução Bolchevique de 1917 a União Soviética esteve presente - apesar de competir em campeonatos europeus de algumas modalidades, apenas em 1951 os soviéticos pediram reconhecimento ao COI.
Com isso, os EUA tinham uma ameaça real a sua supremacia - desde St. Louis-1904, os norte-americanos só perderam os Jogos de Berlin-1936, para a Alemanha. No quadro geral de medalhas, os EUA dominaram com 40 ouros contra 22, mas a União Soviética chegou perto no número total de pódios, com 71 contra 76.
Melbourne 1956
Em 1956, quando Adhemar Ferreira da Silva saltou 16,35 m na final do salto triplo, bateu um recorde que perduraria pelos próximos 48 anos. A marca não foi a melhor do mundo à época, nem mesmo a melhor da carreira do saltador. Mas foi com ela que Adhemar chegou ao bicampeonato olímpico, feito só igualado por brasileiros nos Jogos de Atenas, em 2004, pelos velejadores Torben Grael e Robert Scheidt e pelos jogadores de vôlei Maurício e Giovane.
O atleta paulista foi o único destaque do Brasil nas Olimpíadas de Melbourne. Com a distância, o alto custa da viagem e o cenário internacional incerto, apenas 48 brasileiros disputaram os Jogos. Em Helsinque-1952, a delegação verde-amarela teve 107 representantes.
Adhemar foi o único brasileiro a ganhar uma medalha em Melbourne. Como campeão olímpico em 1952, ele tinha quebrado o recorde mundial da prova em 1955, com a marca de 16,55 metros, nos Jogos Pan-Americanos da Cidade do México. Em 1956, o brasileiro superou o islandês Vilhjalmur Einarsson, com a marca de 16,35m. A marca, 15 cm a menos do que seu recorde pessoal, era o novo recorde olímpico.
Roma 1960
A decepção de 1908, quando Roma teve de abdicar de organizar os Jogos Olímpicos por causa da erupção do Monte Vesúvio aumentou ainda mais a importância dos Jogos de 1960. Para celebrar a volta das Olimpíadas, os italianos usaram seus principais pontos turísticos para receber provas. Roma 1960
A chegada da Maratona, por exemplo, foi no Arco de Constantino. A competição de luta livre, na Basílica de Constantino, nas ruínas do Fórum Romano, e a ginástica, nas Termas de Caracala. Tudo para lembrar que Roma recebeu as Olimpíadas da antigüidade, até a proibição do imperador Teodósio em 393.
Apesar da opção pelo clássico, Roma investiu para organizar a competição. Para construir novas instalações e infra-estrutura necessárias, o comitê organizador gastou US$ 30 milhões. O aeroporto internacional de Fiumicino, por exemplo, foi construído para os Jogos.
Tóquio 1964
Fora da Europa, nenhum país sofreu tanto com a Segunda Guerra Mundial quanto o Japão, atingido por duas bombas nucleares norte-americanas. Depois de 19 anos da bomba de Hiroshima, os japoneses usaram as Olimpíadas para provar que estavam renascendo.
Em 1964, os Jogos foram disputados pela primeira vez no continente asiático. Tóquio já tinha sido eleita como sede olímpica de 1940, mas a capital japonesa desistiu em 1937, por causa do início da guerra contra a China. Em 1959, a cidade voltou vencer as eleições do COI, para os Jogos de 64. Fora da Europa, nenhum país sofreu tanto com a Segunda Guerra Mundial quanto o Japão, atingido por duas bombas nucleares norte-americanas. Depois de 19 anos da bomba de Hiroshima, os japoneses usaram as Olimpíadas para provar que estavam renascendo.
Foram investidos US$ 3 bilhões na construção de complexos esportivos, na infra-estrutura e no sistema de transporte da cidade, na época com mais de 10 milhões de habitantes. Grande parte desse valor veio da ajuda dos Estados Unidos, ainda em dívida com os japoneses pelos danos causados durante a Guerra.
México 1968
As Olimpíadas de 1968, na Cidade do México, apresentaram o mundo a dois tipos de doping. O primeiro, natural, resultado da altitude: disputados a 2.240 metros do nível do mar, com resistência do ar menor e 30% de oxigênio a menos, os Jogos tiveram 68 recordes mundiais e 301 recordes olímpicos quebrados.
O segundo, artificial. A Cidade do México viu, pela primeira vez, o controle antidoping em Olimpíadas. Somente um atleta foi eliminado por testar positivo a substâncias proibidas - o sueco Hans-Gunnar Liljenvall, do pentatlo moderno, por excesso de álcool.
Além disso, testes de comprovação de sexo para as provas femininas foram adotados, pelas suspeitas sobre as características físicas de algumas campeãs dos países do bloco socialista. Nenhuma mulher foi desclassificada, mas muitas atletas importantes não se inscreveram para os Jogos.
Munique 1972
Munique 1972
A Olimpíada de Munique imaginava ficar na história por seu gigantismo, mas acabou ficando marcada pela matança de 18 pessoas, entre atletas israelenses, terroristas palestinos e policiais. Pela primeira vez, o maior evento esportivo do mundo foi paralisado. Cogitou-se suspender os Jogos, mas o COI decidiu manter a programação original.
O mundo se comoveu na manhã do dia 5 de setembro, quando um grupo de terroristas palestinos da organização Setembro Negro invadiu a Vila Olímpica de Munique e ingressou nos dormitórios da delegação israelense. Duas pessoas foram assassinadas imediatamente e outras nove foram feitas reféns do grupo. Os terroristas pediram a libertação de 200 árabes prisioneiros em Israel e ameaçaram executar dois reféns a cada hora.
As competições tiveram que ser suspensas, enquanto seguiam as negociações entre os palestinos e as autoridades alemãs. A Vila Olímpica foi cercada por 4000 policiais. Com a chegada da noite, a polícia convenceu o comando a seguir para o Cairo (Egito). Dois helicópteros partiram com os oito palestinos e os nove reféns em direção ao aeroporto militar. Na chegada ao aeroporto, a polícia lançou um ataque que resultou em verdadeiro fracasso: morreram 18 pessoas, entre elas os nove reféns, cinco terroristas palestinos, um policial e o piloto de um dos helicópteros.
Montreal 1976
Com a experiência recente do atentado de Munique, o Comitê Olímpico Internacional indicou a cidade canadense de Montreal confiante no renascimento dos Jogos. Cerca de 16 mil soldados protegeram a competição, mas nenhuma ocorrência grave foi registrada.
Logo após a cerimônia de abertura, porém, a paz deixou de reinar. Liderados pela Tanzânia, 22 países africanos abandonaram os Jogos por discordarem da participação da Nova Zelândia, porque a seleção de rúgbi (esporte não-olímpico) tinha realizado uma turnê pela África do Sul, excluída do torneio devido ao apartheid. Iraque, Líbano e Guiana aderiram ao boicote.
O combate antidoping do COI entrou em nova fase. Os três medalhistas em cada prova foram submetidos ao controle, além de outros escolhidos por sorteio. Foram realizados 2 mil exames, que detectaram onze casos positivos, dos quais oito de levantadores de peso. No tiro esportivo, um atleta de Mônaco de 65 anos, Paulo Cerutti, foi desclassificado por tomar anfetaminas. A polonesa Danuta Rosani, do arremesso do disco, tornou-se a primeira mulher pega no atletismo.
Na soma das medalhas, pela primeira vez os Estados Unidos ficaram em terceiro lugar no quadro geral, atrás de União Soviética e Alemanha Oriental.
Moscou 1980
A Olimpíada de Moscou tinha tudo para ser grandiosa. Desde 1974, quando a escolha foi anunciada, a capital russa preparou-se para apresentar ao mundo uma Olimpíada para a glória do regime comunista. Mas, no ano olímpico, as diferenças políticas levaram a um boicote majoritário, que transformou e esvaziou o torneio.
A invasão das forças soviéticas ao Afeganistão em dezembro de 1979 fez o presidente dos Estados Unidos, Jimmy Carter, anunciar um boicote aos Jogos. No total, 61 países aderiram ao apelo dos EUA. Com isso competições aguardadas como basquete, atletismo e natação, perderam o brilho.
Somente 80 países o menor número desde 1956 estiveram presentes (apenas 5.179 atletas, 4.064 homens e 1.115 mulheres). Outros, como Reino Unido, França, Itália, Austrália, Suécia e Holanda preservaram o espírito olímpico com ressalvas. A bandeira olímpica foi o estandarte utilizado por 16 delegações. Na cerimônia das medalhas, alguns países também optaram pela bandeira e o hino do COI.
Los Angeles 1984
Os Estados Unidos receberam uma Olimpíada depois de 52 anos. Bem-organizados, os Jogos de Los Angeles mostraram um show de tecnologia. Na cerimônia de abertura, o ponto alto foi quando um homem voou sobre o estádio Coliseum com uma mochila a jato.
Sem os principais rivais, os norte-americanos lideraram a competição com 174 medalhas, mais do que o triplo da Romênia, segunda colocada com 53.
Seul 1988
Depois de três edições tumultuadas, a grande maioria dos países filiados ao Comitê Olímpico Internacional (COI) voltou a participar dos Jogos em Seul. Após os boicotes de africanos em Montreal-1976, norte-americanos em Moscou-1980 e soviéticos em Los Angeles-1984, a Olimpíada enfim foi disputada pelas maiores potências do esporte, com exceção de Cuba.
A maior preocupação do COI em relação a Seul era a falta de apoio popular do governo sul-coreano e a constante hostilidade com a vizinha do norte. Sob pressão, os organizadores oficializaram um convite à Coréia do Norte, que preferiu não participar. Na cerimônia de abertura, o vencedor da maratona olímpica de 1936, em Berlim, Song Kee-chung, obrigado, na época, a competir sob a bandeira do Japão, levou a tocha olímpica.
Barcelona 1992
A cidade de Barcelona esperou quase 70 anos para poder abrigar os Jogos Olímpicos. Em 1924, as Olimpíadas tinham sido prometidas à cidade espanhola, porém o fundador Pierre de Fredy, o barão de Coubertin, acabou escolhendo Paris. Em 1936, três anos após a subida do nazismo ao poder na Alemanha, os Jogos iriam novamente para Barcelona, mas a Guerra Civil Espanhola postergou o evento mais uma vez.Depois dos Jogos de Seul, em 1988, o mundo passou por grandes transformações na sua geopolítica. O apartheid foi banido da África do Sul, o que possibilitou o retorno do país aos Jogos. Alemanha se reunificou após a queda do muro de Berlim, em 1989. A União Soviética fragmentou-se em 15 novas repúblicas no ano da véspera da competição. Voltaram as Jogos a Estônia, Letônia e Lituânia, ausentes há mais de meio século dos Jogos por causa da ocupação soviética, também participaram.
As repúblicas da antiga União Soviética desfilaram em Barcelona sob o nome de Comunidade dos Estados Independentes (CEI), mas quando subiram ao pódio os atletas tiveram içadas as bandeiras de seus próprios países. A Albânia, livre da ditadura, voltou aos Jogos após 30 anos. Cuba, Coréia do Norte e Etiópia também encerraram seu boicote. A Iugoslávia, sancionada pelas Nações Unidas pela agressão militar à Croácia e à Bósnia, foi proibida de participar das competições por equipes, mas os atletas do país puderam competir como "atletas olímpicos independentes". A chama olímpica foi acesa com uma flecha lançada pelo arqueiro paraolímpico espanhol Antonio Rebollo
Atlanta 1996
Os Jogos do Centenário das Olimpíadas deveriam ter sido realizados em Atenas, na Grécia. No entanto, acabaram cedidos a Atlanta, na Geórgia, pela pressão exercida pela Coca-Cola, que tem sede na cidade. Com a participação de mais de 10 mil atletas e 197 países, os Jogos deram novo passo ao gigantismo, mas os problemas de segurança deram brecha a um episódio que abalou a competição.Na madrugada do dia 27 de julho, uma explosão no Parque Centenário, no centro da cidade, deixou dois mortos e mais de 100 feridos. O incidente gerou uma onda ainda maior de críticas aos Jogos, já que a presença de 35 mil soldados e o FBI não impediram o ato terrorista.
O presidente norte-americano Bill Clinton prometeu tomar todas as medidas necessárias para proteger os atletas. Umas três horas após a explosão, o Comitê Olímpico Internacional reagiu através de seu vice-presidente, o príncipe Alexandre de Merode, que garantiu a continuidade dos Jogos. No dia seguinte, as competições se realizaram normalmente, após um minuto de silêncio em cada uma das instalações. Outros problemas foram o calor intenso de Atlanta e o grande congestionamento.
Sydney 2000
A escolha de Sydney como sede dos Jogos de 2000 foi uma grande surpresa. A favorita era Pequim, na China, que tinha vencido a primeira votação com mais da metade dos votos. No segundo turno, a vitória foi da cidade australiana por apenas dois votos de diferença.
A Olimpíada australiana pode ser considerada a Olimpíada dos números. Foram batidos os recordes de atletas participantes, países, mulheres, jornalistas, voluntários, esportes, provas, medalhas, direitos de TV e espectadores. Livre de boicote e atentados, o maior problema do evento foi o fuso horário, que prejudicou o maior público mundial, o Ocidente. Os EUA, por exemplo, não transmitiram nenhuma prova ao vivo, muito também pela decisão da NBC, que detinha os direitos de divulgação.
O grande momento na cerimônia de abertura foi o desfile das delegações das duas Coréias, unidas sob uma mesma bandeira, e os atletas do Timor Leste, nação recém-desligada da Indonésia, que desfilaram sob a bandeira olímpica.
Nos Jogos de Sydney, os organizadores tiveram um cuidado especial com o meio ambiente. Pela primeira vez, grupos ecológicos como o Greenpeace acompanharam a organização. A baía de Homebush, conhecida como o maior esgoto da Austrália, sofreu uma transformação espetacular, convertendo-se em um parque natural. A Vila Olímpica também recebeu energia solar.
Atenas 2004
Desacreditada e ameaçada pelo Comitê Olímpico Internacional de ter seu direito de sede dos Jogos cassado, Atenas calou os críticos ao conseguir passar os 16 dias sem qualquer incidente na organização. A segurança assustava grande parte das delegações, já que os Jogos de 2004 foram os primeiros após os atentados de 11/09/2001 (em Nova York) e 11/03/2004 (em Madri).
Os problemas de atrasos nas entregas das praças olímpicas foram esquecidos na cerimônia de abertura, que remeteu à Antigüidade e explorou ao máximo o fato de os gregos terem criado a Olimpíada. O único revés ocorreu no último dia de competição, durante a maratona, para tristeza dos torcedores brasileiros. À frente na disputa masculina, Vanderlei Cordeiro foi alvo do ataque de um manifestante religioso, o padre irlandês Cornélius Horan, que furou a segurança. Com ajuda de outro espectador da prova, Vanderlei conseguiu voltar à corrida, mas demorou para retomar seu ritmo e ficou com o bronze. O maratonista recebeu também a medalha do Barão de Cobertin, e tornou-se o herói olímpico de Atenas.
O doping também chamou a atenção nos gregos. Logo antes das Olimpíadas, na véspera do dia 13 de agosto, Costas Kenteris e Ekaterina Thanou, duas estrelas do atletismo local, faltaram aos exames antidoping obrigatórios e depois sofreram um misterioso acidente de moto. Ambos não competiram e decepcionaram os fãs. No total, Atenas-2004 registrou 24 casos positivos. Para o Comitê Olímpico, resultado da rígida política de controle. O próprio presidente do COI, Jacques Rogge, já alertava que a edição grega bateria o recorde de registros.
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